segunda-feira, 19 de abril de 2010

Relações Interpessoais

Rede Celpa

Programa beneficia aposentados

Durante anos, a Fundação Grão Pará (Fungrapa) o fundo de pensão dos funcionários da Rede Celpa atuou apenas de forma tradicional, oferecendo serviços de previdência complementar e empréstimos financeiros aos funcionários aposentados da concessionária de energia elétrica. Em 1999, no entanto, a Fungrapa decidiu assumir sua parcela de responsabilidade social.

Naquele ano a fundação implantou o Programa Valorização do Aposentado: Qualidade de Vida na Maturidade (PVA). O projeto começou de forma tímida, realizando encontros para troca de experiências. Em pouco tempo, o PVA foi assumido pela Rede Celpa.

“A empresa viu a importância do projeto e as responsabilidades que ele oferecia. Como a Fungrapa não tinha condições estatutárias para expandi-lo. A Rede Celpa tomou a frente e hoje é responsável por sua manutenção”, explica a responsável pelo PVA, a assistente social Márcia de Oliveira. Por meio do programa, são desenvolvidas ações para uso do tempo e geração de renda. O principal objetivo do projeto é, no entanto, contribuir para a qualidade de vida pós-aposentadoria para um público em torno de 600 pessoas, os aposentados da empresa moradores da grande Belém.

Segundo Márcia, as atividades estão contribuindo para que os participantes descubram novas habilidades e construam novos vínculos sociais. “São poucas as empresas que se preocupam com os funcionários após a aposentadoria. Isso é um erro porque a saída do mercado de trabalho é quase sempre traumática”, diz a assistente social. Com a aposentadoria não são poucos os que passam a se sentir inúteis. Há, ainda, a perda de referenciais importantes como o local de trabalho, os colegas de escritório e o exercício profissional. É o caso das oficinas de Yoga e de trabalhos manuais, assim como de alguns passeios turísticos, realizados a partir da demanda dos participantes do programa. Essas atividades, em muitos casos, têm ajudado a recuperar auto-estima perdida com a saída do mercado de trabalho.

O PVA promove, a cada ano, um encontro de aposentados e uma exposição de trabalhos manuais, com objetos produzidos nas oficinas. No ano passado o programa entrou em uma nova fase, com programação mais abrangente, passando a realizar atividades de cunho educativo, recreativo, profissionalizante e de desenvolvimento pessoal. Cada oficina realizada conta com um público médio de 40 aposentados. Em alguns casos, como o dos dois passeios turísticos anuais, o número de participantes chega próximo de 100. “Estimamos que o PVA atenda perto de 15% do total de aposentados da Rede Celpa moradores da grande Belém. Nossa meta é ampliar ao máximo essa participação”, explica Márcia.

As avaliações realizadas pelo programa apontam que muitos grupos de trabalho estão usando os conhecimentos adquiridos nas oficinas para aumentar a renda mensal. O principal resultado é, no entanto, o engajamento de novos participantes, o estreitamento de amizades, a descoberta de novos horizontes e uma melhor interação dos aposentados com a família e com outros grupos sociais.

O programa é coordenado pelo setor de Serviço Social da Rede Celpa e conta com uma equipe multidisciplinar formada por especialistas e técnicos nas áreas de Geriatria e Gerentologia Social, Arte Terapia, Pintura, Artesanato, Yoga e Dança de Salão. De 1999 a 2002 foram investidos no programa recursos em torno de R$ 20 mil. A perspectiva é de, nos próximos anos, firmar novas parcerias a fim de expandir o programa, além ampliar as áreas atendidas por oficinas. “Uma de nossas propostas é começar uma oficina de informática”, diz a assistente social.

O PVA ajudou a reaproximar os aposentados do espaço da Fungrapa, que deixou de ser vista unicamente como uma instituição pagadora de benefícios. A Fundação ganhou uma nova imagem, a de órgão efetivamente preocupado com o bem estar social dos seus beneficiários. Situação semelhante acontece com a Rede Celpa, que passou a ser percebida como uma empresa cidadã, com interesses sociais e comunitários.

No ano passado, o Programa de Valorização dos Aposentados ficou entre os três classificados, na área de responsabilidade social, ao prêmio Fundação Coge – uma fundação que reúne 80 empresas do setor de energia elétrica no Brasil. “Mesmo não tendo ganhado, foi uma grande honra a classificação. Afinal nosso projeto é muito novo e, além disso, concorreu com outros 75 projetos de 35 concessionárias. Isso demonstra que estamos no caminho certo”, afirma a assistente social. Tanto que o PVA acabou dando a Rede Celpa o Top Social 2002 da ADVB do Pará.

As Centrais Elétricas do Pará S/A (Celpa) é a concessionária de energia elétrica do Pará desde 1962 e, em 1999, foi privatizada e adquirida pelo Grupo Rede. A empresa atende os 143 municípios do estado, o que representa mais de um milhão de clientes faturados. A energia distribuída provém do sistema interligado de Tucuruí e de 36 usinas dieselétricas (13 com operação própria e 23 terceirizados) que trabalham em sistemas isolados. A Rede Celpa possui 2,4 mil empregados em todo o estado.

Fonte:

Jornal Diário do Pará. Caderno Negócios. Domingo, 23 de fevereiro de 2003

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